O “PHAROS” é um projeto promovido pela ADEPE, e tem como objeto central a valorização e promoção dos faróis, farolins, fachos e outros elementos que serviam/servem de apoio à navegação marítima e que são intrínsecos à cultura costeira de cada município acabando por ser um elemento comum que confere uma identidade da cultura costeira do Oeste.
Estes elementos, construídos pelo homem ou sendo elementos naturais, têm vindo a ser utilizados e adaptados pelo homem para apoio às atividades de navegação marítima, quer de caráter profissional ou de lazer, e apresentam-se com uma índole patrimonial e cultural de enorme relevância.
Estes são os elementos que, ao longo da nossa história enquanto comunidades piscatórias e que promovem as suas atividades económicas e sociais em torno do mar, têm conduzido os trabalhadores do mar à terra enquanto importantes elementos de apoio à navegação marítima constituindo-se como fator de segurança e de ajuda, sendo um importante elo de ligação entre quem está no mar, sujeito às intempéries, e a terra. Para além disso, alguns dos faróis existentes têm sido importantes elementos enquanto estações meteorológicas nos quais eram/ainda são recolhidas informações associadas à sismologia e às condições atmosféricas.
Aplica-se, portanto, a estes elementos um enorme simbolismo da cultura marítima, cuja importância é imponente, sendo que alguns destes elementos deram lugar a lendas e metáforas, estando presentes na poesia e também no imaginário das comunidades, o que importa ser preservado por uma região (também) virada para o mar e que quer manter a sua cultura marítima. Tratam-se de elementos patrimoniais que se assumem como signo cultural essencial na identidade destas comunidades, não se limitando a uma história objetiva ou retrato do passado, mas sim a uma aglomeração emblemática de sítios, monumentos, objetos e temas que contemplam várias associações, significados e, acima de tudo, com um sentido de experiência e identidade dos territórios.
Portanto, importa agora iniciar a construção de um processo em que o Turismo também tenha o seu lugar, mantendo sempre vivo o que de mais genuíno possuímos, encontrando o ponto de equilíbrio entre a modernização, as vivências mais autênticas e a sua promoção para alavancar a procura turística.
Por estes motivos, e porque, nalguns casos, verificam-se situações de degradação, abandono ou esquecimento por via da existência de instrumentos de apoio à navegação mais recentes/tecnológicos e também de fragilidade/ausência de intervenções de valorização, há que proceder à promoção destes elementos distintivos das comunidades piscatórias e com atividades económicas e sociais associadas ao mar.
Estaremos, assim, em sintonia com a estratégia ‘Turismo Portugal 2027’ que passa por “(…) valorizar o território, permitindo o usufruto do património histórico-cultural e preservação da sua autenticidade; a regeneração urbana; a potenciação económica do património natural e rural, a afirmação do turismo na economia do mar a estruturação da oferta turística para melhor responder à procura”.
De ressalvar que, alguns destes elementos estão incluídos em território classificado como Reserva da Biosfera pela UNESCO como é o caso do farol das Berlengas, dos Farilhões, farol do Cabo Carvoeiro e ainda o Farolim da Gamboa, localizados no concelho (península) de Peniche e, portanto, na Reserva da Biosfera das Berlengas conforme classificação pela UNESCO.
Assim, com este projeto não se pretende uma intervenção material, mas antes um projeto com ação catapulta de uma imagem territorial, através de ações imateriais, em torno destes elementos que são “guardiões do mar” e das suas gentes.